Era uma dessas loiras brilhantes
que vivia se enfeitando de diamantes
achava que as coisas
deviam ser feitas
mais rápidas do que antes.
Falaram que a mulher era loira
mas tenho lá minhas dúvidas
não seria por acaso loura
ou será que era caloura?
Não gostava de chamar a atenção,
mas ao passar pela estação
foi chamada de açafrão,
isto quase fê-la
morrer de indignação.
Tudo nela era sob medida
ao ponto de se achar bastante comedida,
possuía um grande faro
que apesar de raro,
não era nada claro.
Outro dia quando saiu à rua
foi chamada de pirua,
mas que falta de educação,
chamar a minha atenção
para comparar-me a uma perua,
será que pareço habitante da lua?
E assim ela ia
rumando pra casa da tia
encontrou-se com um louro
que achando um rato
colocou-o no prato
e comeu-o com muito tato,
vai ter tato lá adiante não?
Conversaram bastante
até chegar à casa distante,
como tinham forte opinião
achavam que as coisas do coração
deviam ser resolvidas de antemão
ele e ela portanto
resolveram iniciar um namoro e tanto.
Entre tapas e beijos
ele nunca se esquecia dos queijos
por sinal era mineiro
e bastante matreiro
afinal ganhara uma bela mulher
que não sabia mexer com a colher,
finalmente eles ficaram noivos
e para a casa queriam móveis tudo novos
o que fica para comprar no Ano Novo.
Anita a irmã de Rita
era astuta como a Tita
namorava com o louro
deixando a loura chifrada
o que não a fazia
sentir-se pavoneada.
Numa festa ambas se conhecem
e uma verdadeira amizade tecem
aí é descoberta a coisa
deixando o nosso caso
de ser eternamente raso.
As duas resolveram
que o caso devia
ser passado a limpo
e entre tapas e beijos
aqueles que eram deliciosos queijos
deixam de ser mineiros
para viver sete palmos
abaixo do terreiro
as danas provaram
que depois do
derramamento de sangue
seria dado fim
a ambas as vidas
sem necessidade de muitas idas
A vida que parecia doce
mostrou que podia ser precoce
aquilo que era mel
transformou-se em fel
para a tristeza do Manoel.
GERS
19/05/93
05:59