pensava encontrar em ti maior clemência
mas parece-te com a própria demência
Hoje presenteou-me o dia
com a própria ironia
esperava a chegada da bondade
mas mandaram-me a atrocidade
Oh céus! Tenha piedade
o que fiz para merecer tamanha infelicidade?
tiraram-me o alento
agora pergunto:
quando chegará o acalento?
Dizem que és a época das rosas
mas espinhos fazem parte das rosas
e eles limitam-se a nos ferir
por favor deixem de me agredir
Piedade, piedade grito eu
mas ela rumou pro Abreu
quando choro, não posso esperar consolo
pois dizem que jovem
não tem problema
Acaso possuir a cabeça
cheia de interrogações
não é problema?
pense bem, depois responda-me
Noite e dia me questiono:
O que é a vida?
Quem sou eu?
o que faço neste mundo?
Para onde vou quando morrer?
Pergunto aos céus
ele me não responde
à lua, mas o silêncio responde-me
minha mãe não me compreende
meu pai muito menos,
o que faço?
Sabe, às vezes penso
que não há saída
mas recordo-me que ela deve existir,
afinal nada neste mundo é eterno,
por isso graças dou ao sempiterno
Mais indagações:
acaso nascemos para sofrer?
por que e para que sofremos?
novamente digo, eis a questão
por favor deem-me uma solução
Julgo-me uma incógnita no mundo
todavia ajudem-me a encontrar o fundo
do meu eu profundo
não me abandonem
serei o futuro dessa nação
por obséquio estenda-me a mão!
GERS
20/05/93
20:07
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